Tuesday, May 5, 2009

Uma Noite

Subimos as escadas, silenciosos, com medo de encontrar alguém que nos proibisse de levar avante a nossa aventura;
No escuro, sussurrávamos um para o outro, com a tensão e o nervosismo a subir, à medida em que também nós íamos chegando mais perto do nosso refúgio para aquela noite.

Após uma ou duas tentativas frustradas, finalmente tínhamos chegado. Estávamos ali, apenas nós dois, qual de nós mais nervoso...
Fechei a porta, e o mundo separou-se de nós. Estávamos sozinhos, com o resto do mundo lá fora, separado por uma porta. Falámos um pouco, tentando quebrar o gelo, mas era impossível. A noite estava quente, o quarto era abafado, e ambos não sabíamos o que dizer. Bom, pelo menos eu não sabia. Tu, se sabias, não o mostraste... Tímida, dizias? Pois claro...

Mas quem diria que um chão, quatro paredes, e uma janelinha lá no alto com vista para uma imensidão de escuro, seriam tudo o que era preciso para uma noite perfeita? Nunca imaginaria... E ainda assim, foi o que me deste, foi o que me fizeste sentir. Foi tudo o que quis.

Juntos, como ambos prometemos estar vezes a fio, abraçados, com o toque dos meus dedos na tua pele, com o teu aroma a elevar-se no ar, dando uma ilusão exótica àquele quarto que foi um Mundo fora do mundo, fizeste-me rei daquelas quatro paredes, e deste-me tudo o que podia pedir nos meus desejos mais secretos...

Foi único, fez-me desejar que nunca acabasse, e guardei cada segundo na minha memória. É algo que ninguém nos pode tirar, e que não quero partilhar com mais ninguém.
Quero sim, repeti-lo, vezes e vezes sem conta.

O quartinho, só nosso, fechado para o mundo, da janela com vista para as estrelas, onde me perdi contigo...