Tuesday, May 5, 2009

Uma Noite

Subimos as escadas, silenciosos, com medo de encontrar alguém que nos proibisse de levar avante a nossa aventura;
No escuro, sussurrávamos um para o outro, com a tensão e o nervosismo a subir, à medida em que também nós íamos chegando mais perto do nosso refúgio para aquela noite.

Após uma ou duas tentativas frustradas, finalmente tínhamos chegado. Estávamos ali, apenas nós dois, qual de nós mais nervoso...
Fechei a porta, e o mundo separou-se de nós. Estávamos sozinhos, com o resto do mundo lá fora, separado por uma porta. Falámos um pouco, tentando quebrar o gelo, mas era impossível. A noite estava quente, o quarto era abafado, e ambos não sabíamos o que dizer. Bom, pelo menos eu não sabia. Tu, se sabias, não o mostraste... Tímida, dizias? Pois claro...

Mas quem diria que um chão, quatro paredes, e uma janelinha lá no alto com vista para uma imensidão de escuro, seriam tudo o que era preciso para uma noite perfeita? Nunca imaginaria... E ainda assim, foi o que me deste, foi o que me fizeste sentir. Foi tudo o que quis.

Juntos, como ambos prometemos estar vezes a fio, abraçados, com o toque dos meus dedos na tua pele, com o teu aroma a elevar-se no ar, dando uma ilusão exótica àquele quarto que foi um Mundo fora do mundo, fizeste-me rei daquelas quatro paredes, e deste-me tudo o que podia pedir nos meus desejos mais secretos...

Foi único, fez-me desejar que nunca acabasse, e guardei cada segundo na minha memória. É algo que ninguém nos pode tirar, e que não quero partilhar com mais ninguém.
Quero sim, repeti-lo, vezes e vezes sem conta.

O quartinho, só nosso, fechado para o mundo, da janela com vista para as estrelas, onde me perdi contigo...

Tuesday, April 21, 2009

Just another regular two guys.

I don´t wanna stay. Take me by the hand, lets run away.
We will leave it all behind, get a fresh start. No one needs to know...
I´ll hold the pain, release me. I´m strong enough.

Monday, April 20, 2009

Diário de um velho

Podia dizer mil e uma coisas, podia gritar e espernear, podia escrever folhas até gastar todas as arvores e todo o papel e toda a tinta; tudo se resumia a uma palavra.

Podia ir para todos os sítios possíveis e imagináveis, podia procurar em todos os recantos escuros, em todos os bancos de jardim, em cada pedaço de areia da praia, que tenho a certeza que nao te encontrava.

És quem mais feliz me faz, quem me compreende e quem me ouve, quem sabe todo o mais pequeno pormenor meu, quem sabe todos os meus medos, quem ouviu as minhas alegrias, quem esteve presente quando precisei, quem me deu a mão quando à minha volta todos se afastavam.

És a maior, e eu gosto de ti.

Mas diz-me, onde estás?

Tin Man

Conserta-me. Pega nas peças de mim que estão estragadas, partidas, amolgadas, ferrugentas, e usa a tua magia, faz como quiseres, usa os teus contactos secretos, mas traz-me novas.
Desmonta-me todo se for preciso, começa do zero, limpa as partes que estão sujas... Quero ficar inteiro, quero ser normal, quero poder sorrir, quero andar, quero olhar o céu, quero parar e ver que tudo está bem, que o pior já passou.

Leva o teu tempo, não tenho pressa. Acredito que vai ser melhor, confio em ti, e sei que vais dar o teu melhor. Tenho apenas um pedido para ti.

Não quero coração...

Sunday, April 19, 2009

what if ... ?

E se tudo fosse diferente?
Se o meu acordar fosse na casinha junto à praia, com a cama de rede no alpendre, e a janela de madeira de onde pudesse sentar-me a ver o mar, todos os dias;

Saía da cama com cuidado para não te incomodar, e parava, não querendo abalar o teu mundo. Observava-te minuciosamente, cada traço do teu rosto, a tua mão a sair debaixo da roupa, o teu respirar calmo e pacífico, a tua beleza arrebatadora...

Passeávamos lado a lado, de pés descalços na areia, calados, cada qual no seu mundo fechado. Sentava na areia, e tu pousavas a tua cabeça no meu colo. Deixavas que passasse os dedos no teu cabelo, na tua face, deixavas acarinhar-te. Fazias-me sentir bem, falavas comigo, e fazias-me alegre.

E de noite, ficávamos os dois, na cama de rede, juntinhos, a ver o escuro do céu pintalgado de estrelas, entrelaçados um no outro... Na casinha junto à praia, só minha e tua, onde mais ninguém entrava.

Ai, se fosse assim, diferente...