Thursday, July 15, 2010

Sob um céu estrelado

Ele seguia, com ela a seu lado, sem saber bem onde estavam.
Conduzia numa estrada ladeada de àrvores, curvadas à passagem do carro que seguia lentamente.

Onde vamos? - perguntou ela, na sua voz de menina ensonada, com os pés apoiados no vidro, e os caracóis a esvoaçar ao vento.

Não sei. - disse ele. Mas estou a gostar de estar aqui, sinto-me bem, portanto acho que podemos continuar. Queres?

Claro, querido.

Na rádio tocavam músicas calmas, alegres, intercaladas por anúncios que não lhes interessavam. Aqueles momentos assemelhavam-se à perfeição, e tudo o resto era indiferente.

Sorri! - disse ele, enquanto fazia o gesto de tirar uma fotografia com uma máquina imaginária.

O quê? - perguntou ela.

Quero tirar-te uma foto imaginária, para ficar gravada na minha memória.

Ela riu-se, como que a fazer troça dele, mas ainda assim correspondeu ao pedido, fazendo uma careta amorosa, enquanto ele a olhava, enternecido.
À medida que o dia ia avançando, a luz do sol deu lugar ao escuro da noite.

Olha. - disse ela, apontando para o céu. - Já se vêem estrelas... Podemos parar um pouco? Quero ficar a observa-las contigo, por um bocado.

Claro.

O carro parou, e eles saíram. Ao caminhar, as folhas secas estalavam debaixo dos seus pés. Ela ia descalça, dançando levemente ao som da música que se ouvia ao longe vinda do rádio, com o vestido a rodopiar ao ritmo da brisa que se fazia sentir.
Ele sentou-se de costas apoiadas numa àrvore, e ela anichou-se contra o peito dele.

Sabes, fazes-me sentir tão bem, assim... Sinto-me protegida, sinto que nada me pode magoar, e sinto que gostas de mim.

É bom sabê-lo... Porque é isso que te quero fazer sentir.

Obrigada, querido.

Passado um pouco, ela adormeceu nos braços dele, e ele deixou-se ficar a olhar para a rosto dela. Apesar da pouca luz que havia, ele conseguia distinguir perfeitamente a silhueta dela, os seus traços de beleza...
Ele disse-lhe novamente, baixinho - Sorri... - e ouviu-se o "clique" da máquina imaginária. Falou para si mesmo, num murmúrio quase inaudível:

Estamos bem. Estamos muito bem...

Friday, July 9, 2010

Na praia, sob o luar.

Caminhamos lado a lado. Calmamente, não há pressa...
Tu, agarrada ao meu braço, estás perfeita.
O sorriso dos teus lábios combina com o brilho dos teus olhos, e faz com que também eu sorria.
Fazes-me feliz só por ter...

Sussurras-me ao ouvido que todos nos olham, por onde passamos. Que olhem! Nós é que sabemos, nós é que estamos certos, eu e tu...

Puxas-me, fazes-me parar, e aproximas os teus olhos dos meus. Estamos tão juntinhos que consigo sentir o doce aroma que vem da tua pele... Fecho os olhos, e apesar de saber o que vai acontecer, nunca me sinto preparado para o impacto que tens em mim. É avassalador, o que me fazes sentir! É tanto, tão forte, e mexe de tal forma comigo que não sei como as pessoas conseguem continuar impávidas, sem sentir a energia que libertamos...

Unes-te a mim, apaixonadamente formamos um só, e fazes-me viajar sem rumo. São breves instantes que me fazem estar grato por te ter...

E sem que dê conta, volto a mim. Recomeçamos o nosso caminho, e deixas-me a desejar que paremos de novo, para me levares àqueles sítios mágicos que só nós conhecemos...

Para ti, Cláudia.